
Crédito,Isac Nóbrega/Presidência da RepúblicaLegenda da foto,Jair Bolsonaro (PL), Michelle e o ex-ministro Onyx Lorenzoni em culto durante o mandato do ex-presidente, marcado pela aproximação com evangélicosArticle InformationAuthor,Thais Carrança
Role,Da BBC News Brasil em São Paulo.
A perda de força do avanço evangélico no Brasil, revelada pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana, reflete fatores como a insatisfação de jovens de famílias evangélicas, a reação da Igreja Católica e o desencanto de uma parcela dos fiéis com o forte envolvimento político de algumas lideranças religiosas evangélicas nos últimos anos.
Essa é a avaliação da cientista política Ana Carolina Evangelista, diretora-executiva do Instituto de Estudos da Religião (ISER), que falou à BBC News Brasil após a divulgação dos dados pelo IBGE.
"Temos identificado, a partir de indícios em pesquisas qualitativas e observação empírica, que começa a existir uma espécie de desgaste de um tipo de cristianismo entre os próprios evangélicos", relata Evangelista.
"Há um excesso de política nas igrejas e nos púlpitos evangélicos que faz com que algumas pessoas não se reconheçam mais em suas lideranças religiosas, seja pelo perfil delas ou pelas pautas que elas têm defendido publicamente, e que acabam excluindo seus próprios membros."
A pesquisadora avalia que a surpresa com a desaceleração revelada pelos dados do Censo resulta da forte presença recente dos evangélicos na política, na cultura e no debate público brasileiro, o que levou muitos a supor que o crescimento da religião seria vertiginoso.
Fonte BBC News Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário