Há quem os chame de mestre, outros de professores ou facilitadores, mas dirijo-me na recorrência do termo doutores, pois a vivência e a beleza da docência os concede esse título a cada nova experiência, uma constância de eventos que às vezes mesmo que repetido vem a ensinar algo novo, pois na vida de um doutor o ouvir de cem obrigados durante o dia tem um impacto diferente, já que sempre o associa a essência de quem o oferta, é uma dádiva da profissão. Ser doutor é saber conhecer as singularidades e descobrir o oculto, algo que só quem já foi aluno é capaz de explicar o toque da descoberta daquele segredo particular jamais observado por outros, essência da profissão. O dom a qual discorro é o grande inimigo do medo de não aprender, irmão da prosperidade, ministro da fraternidade, noivo da sabedoria e a melodia que nunca cessa, pois a educação é contínua. A caneta preferida e desgastada daquela bolsa repleta de tantas outras é prova do suor das mãos na persistência das madrugadas em preparar as aulas e, ao mesmo tempo representa passagem de uma grande viagem a todo aquele que se dispuser no embarque da aprendizagem. Por um momento essa caneta desliza na gramática, em instantes já chega à matemática e der repente tem percorrido todo o horizonte do multidisciplinar e sem mesmo perceber cada traço traz na mente um retrato de cada discente, do primeiro ao último da lista de frequência. Ser doutor é saber trabalhar as lágrimas rumo a um oceano, mar esse das conquistas. Compensatório mais seria se todos os dias debruçassem sobre o birô o sentimento de gratidão pelos assistidos, um aperto de mão e um olhar que siga na contramão da angustiante desvalorização da educação no país. Se pelo menos um discente por dia das tantas turmas em uma escola pudesse olhar a face do doutor e reconhecer o seu ofício, no final do ciclo esse teria sido respeitado durante os 365 dias do ano. É incrível a união do conhecimento, percebo que desde o primeiro passo da alfabetização nunca soltei a mão do meu primeiro doutor, apenas fui segurando nos que sobrevieram na sequência. É uma fileira infinita que se fortalece ao novo passo. O pingo posto no ápice do primeiro i tem efeito até hoje em minha carreira. Na galeria da memória trago as vossas imagens que ganham vozes ao recordar dos sorrisos, das ofertas, a forma particular de ensinar que se unifica em uma grande aquarela, no qual nenhum substitui a cor do outro, mas impregnou uma que jamais será esquecida. O docente é uma forma geométrica que não possui número de faces exatas, pois sempre se é possível explorá-lo e encantar-se por algo novo a ser apreciado, é uma página que se refaz e torna-se o papel do projeto dos sonhos, seja do médico ou do arquiteto ou e do que mais desejamos ser. Um dia levou o homem à lua, carregou o outro ao Oscar, pôs um na cadeira central da ONU e foi a seletiva de cada cadeira posta por toda e qualquer outra profissão. Que essa semente do bem seja próspera e possa continuar resplandecendo na essência da nação, sendo um foco de inspiração e o recurso a se usar nas exatas e inexatidões, sempre buscando a graça de Deus que é o maior de todos os doutores. Quem ensina cuida, constrói e refaz conforme for a necessidade da realidade, que na atual momento entoam a resistência para que seja demonstrado o segredo do amor guardado ao ensinar. O texto não se encerra no futuro ponto final, mas faz parte de você, continue-o.
Por - Kennedy Andersson Pereira dos Santos.
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