Apenas metade (50,1%) dos jovens potiguares de até 19 anos havia conseguido concluir o ensino médio até 2018. É o terceiro pior resultado de todo o Brasil, segundo dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, divulgado nesta terça-feira, 25, pelo movimento Todos pela Educação.
Os números potiguares só ficaram à frente dos de Sergipe (46,2%) e Bahia (43,3%). Dos cinco piores resultados, quatro estados ficam no Nordeste – apenas o Pará (50,6%) é de outra região, a Norte.
De acordo com o estudo, apesar da média ruim, o Rio Grande do Norte conseguiu elevar a taxa de conclusão do ensino médio entre os anos de 2017 e 2018, com um aumento de 3,3 pontos percentuais. Em 2017, o resultado havia sido de 46,8%. O melhor índice continua sendo o de 2016, quando 58,5% dos jovens com até 19 anos de idade concluíram o ensino médio naquele ano.
De cada 100 estudantes que ingressam na escola no Rio Grande do Norte, apenas 50 conseguem concluir o ensino médio aos 19 anos. Além disso, nesta etapa de ensino, somente 20,6% apresentam aprendizado adequado em língua portuguesa e 5,1%, em matemática.
A perspectiva é de que os números não apresentem alterações em curto prazo. Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), a meta era que todos os estados conseguissem elevar, até 2016, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. Atualmente, a taxa potiguar está em 55%.
Além disso, ao longo dos últimos quatro anos, as matrículas seguem em declínio. Em 2015, as matrículas atingiram 59,2% para os jovens de 15 a 17 anos. Em 2016 e 2017, respectivamente, as taxas foram de 58,2% e 59,8%.
Apesar dos números insatisfatórios no ensino médio, o Rio Grande do Norte é um dos destaques no segmento da educação profissionalizante. A modalidade é complementar à educação básica e superior. No Rio Grande do Norte, essa modalidade representa 25,8% das matrículas. A taxa é a maior do Nordeste e está acima da média nacional, de 18%.
Ainda sobre 2018, em relação ao ensino fundamental, 98,4% das crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estão matriculadas no Rio Grande do Norte. Os dados revelam, ainda, que apenas 60,1% da população até 16 anos conseguiu concluir todo o fundamental.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019 usa como base dados do Ministério da Educação e traz análises sobre as 20 metas do Plano Nacional de Educação.
O Rio Grande do Norte tem um valor médio anual de gasto por aluno de R$ 4,1 mil. No Distrito Federal, o maior gasto, a média é de R$ 11 mil.
“Apesar dos dados mais recentes ainda estarem longe do patamar educacional que o Brasil precisa para garantir um desenvolvimento social e econômico duradouro, o Anuário mostra que houve avanços importantes nas últimas décadas. Mas é preciso manter o senso de urgência, pois a fotografia dos resultados educacionais ainda é crítica e dados como este, sobre a desigualdade nas condições de financiamento das redes, mostram que discussões atualmente em curso, como a do Fundeb, são centrais”, explica Olavo Nogueira Filho, diretor de políticas educacionais do Todos Pela Educação.
A Secretaria Estadual de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Seec) não se manifestou.
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