segunda-feira, 1 de abril de 2024

43 ANOS DA ENCHENTE DE 1º DE ABRIL DE 1981: CONHEÇA HISTÓRIA DE UMA TELEFONISTA POTIGUAR QUE SALVOU MILHARES DE PESSOAS EM CIDADE DO RN.

A Enchente de 1981, maior tragédia de Santa Cruz, completa 42 anos neste dia 1° de abril.

Uma importante página da história de Santa Cruz, que mostra a luta de um povo para se reerguer após um dia de bastante tristeza.

Tudo começa em Campo Redondo, com o rompimento do Açude Mãe D'água. Uma telefonista, a heroína Maria de Fátima, liga para autoridades de Santa Cruz informando sobre o acontecido, anunciando a tragédia.

Por ser 1° de Abril, dia da mentira, muitos custaram a acreditar. Mas, em um trabalho rápido, coordenado pelo prefeito a época, Hidelbrando Ferreira, e o Monsenhor Raimundo Barbosa, as pessoas próximas ao leito do Rio Trairi, foram evacuadas, evitando a morte de centenas de santa-cruzense.

Heroína
A insistência de Maria de Fátima foi reconhecida como um ato heroico que salvou a vida de milhares de moradores de Santa Cruz.

Durante as inundações, outros problemas ainda dificultaram a comunicação, como a a energia na cidade, que caiu.

"Com essas chuvas, faltou energia aqui em Campo Redondo e ficaram gerando energia do posto da Telern (empresa operadora de telefonias no RN naquela época) com a bateria de um carro. Fizeram uma gambiarra pra ela continuar avisando", contou o professor Daniel Medeiros, de 45 anos, que é morador do município até os dias atuais.
"Eu insisti, mas eles não queriam acreditar não, porque era 1º de abril. Eles acabaram acreditando, e aí saíram avisando na rua num carro de som", completou.

telefonista chegou a ser homenageada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte quando a história completou 30 anos.

Desabrigados
Uma matéria noticiada no jornal Diário de Natal na época do episódio informou que mais de 1 mil casas foram destruídas, outras centenas danificadas e mais de 3 mil pessoas estavam desabrigadas. O evento foi tratado como "a mais violenta enxurrada já registrada no RN". Segundo o jornal, pelo seis pessoas morreram.

"A tragédia aconteceu depois que açude Santa Cruz teve sua capacidade de represamento d'água duplicada de cinco para mais de dez milhões de metros cúbicos, em virtude dos arrombamento do açude Mãe D'Água e uma pequena barragem em Campo Redondo, distante 20 quilômetros", cita o texto.
Foto: Diário de Natal 
O texto diz que a situação parecia controlada até o momento em que o prefeito da cidade recebeu "comunicação de Campo Redondo de que as águas atingiam um metro e meio sobre a parede do Mãe D'Água".

O então prefeito Hildebrando, "utilizando de um serviço de som da municipalidade, apelava à população das partes baixas da cidade se retirarem de suas casas e procurarem pontos mais altos".

As pessoas foram abrigadas em prédios públicos e residenciais. O então governador Lavosier Maia decretou estado de calamidade pública no Trairi.

O principal acidente, segundo a publicação, foi na BR-226, na ponte sobre o Rio Inharé, em que uma caminhonete em alta velocidade caiu no rio "quando se iniciava a erosão do aterro de acesso à ponte". O veículo conduzia cinco passageiros e três morreram.

Caso envolveu as cidades de Santa Cruz e Campo Redondo e enxurrada deixou mais de 1 mil casas destruídas. Maria de Fátima é tida como heroína até os dias atuais por ter evitado tragédia maior.

Fonte G1-RN 

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