Câmara dos Deputados
A bancada do PT decidiu na noite de ontem (16) que não vai apoiar o bloco liderado por Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro, na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. O partido, que tem a maior bancada da Casa, vai intensificar conversas com as demais siglas de oposição para lançar um nome na disputa. O movimento, caso resulte em uma candidatura própria da sigla, enfraquece a articulação liderada pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de apresentar ainda neste ano um candidato de consenso contra o bloco de Lira. Com 133 parlamentares, a oposição tem sido considerada fiel da balança da eleição marcada para 1º de fevereiro de 2021.
Segundo fontes do partido, a decisão não fecha a porta para uma composição futura com o bloco liderado por Maia, mas pode atrasar essa definição. O atual presidente da Câmara enfrenta dificuldades para emplacar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) pelo fato de o parlamentar não ter nem sequer o apoio de seu partido, fechado com Lira. Também não obteve aval dos aliados ainda para lançar Baleia Rossi (MDB-SP).
"O PT não comporá bloco para a mesa da Câmara com candidatura apoiada por Bolsonaro. Junto com a oposição construirá alternativa de bloco em defesa da democracia e uma candidatura que represente e debata um programa e uma agenda para derrotar Bolsonaro e tirar o país da crise", publicou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann em suas redes sociais.
Gleisi defendeu que o partido definisse ainda nesta quarta, 16, a adesão ou não ao bloco de Maia, mas a bancada se dividiu. Houve impasse na votação quanto ao prazo com 18 dos deputados participantes da reunião votando a favor e outros 18 contra a proposta da presidente do partido.
Por isso, o PT decidiu vetar o apoio a Lira e deixar para os próximos dias a definição sobre o apoio ao grupo de Maia. Existem três possibilidades: o PT, junto com os demais partidos de oposição, lançar um candidato de esquerda para a presidência da Câmara; o partido aderir ao bloco de Maia ou os partidos de oposição apresentarem um terceiro nome ao grupo do atual presidente da Câmara.
Os presidentes dos partidos de oposição devem se reunir nesta sexta, 18, para encaminhar o assunto. Alguns deles, como PDT e PCdoB, já sinalizaram apoio ao bloco de Maia. PSB, Rede e PV também fazem parte da articulação. O PSOL, que tende a lançar candidato próprio para marcar posição, vai decidir sobre o assunto na semana que vem.
Para Maia, a decisão do PT de lançar um terceiro nome deve ser estimulada pelo bloco de Lira. “Se um partido de esquerda diz que não apoiará o candidato do governo, aí o movimento do candidato do governo qual é? É tentar estimular, dentro daquele partido, uma candidatura de esquerda. Então, quem estimula hoje uma candidatura de esquerda é o governo”, afirmou Maia nesta quarta.
Fonte Agência Brasil
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