A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), apreendeu nesta terça-feira um adolescente de 14 anos que planejava realizar um massacre em uma escola pública localizada no bairro da Glória, Zona Sul de Manaus. Ele seria um novo suspeito de planejar junto com outros dois adolescentes, morador de Itumbiara (GO) e outro de Campo Redondo (RN), ataque a uma escola do Rio Grande do Norte.
De acordo com as investigações, o ataque seria feito em uma escola pública da capital amazonense. O caso foi desvendado por meio de interceptações de conversas dos jovens em meios digitais, nas quais falavam de “sobre violência e atos de terrorismo”.
— Esse trio estava arquitetando um atentado que ocorreria de forma simultânea em suas respectivas cidades. Eles inclusive chegaram a estudar massacres anteriores, como o de Columbine, ocorrido nos Estados Unidos; o de Suzano, em São Paulo; e o de Realengo, no Rio de Janeiro — disse a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). O jovem manauara foi encaminhado à delegacia com o pai. Em depoimento, ele admitiu que era o mentor do plano e que, para colocá-lo em prática, estava produzindo coquetéis molotov e bombas caseiras. O adolescente também contou que conheceu os outros dois envolvidos por meio de uma rede social.
— Durante depoimento, ele alegou que a motivação para a ação seria o bullying que havia sofrido naquela escola. Por isso, ressalto que pais e responsáveis estejam atentos para o que os adolescentes estão passando ou que fazem na internet, pois o ambiente virtual não é uma terra sem lei, e os serviços de inteligência estão sempre alertas para tudo o que ocorre nesse meio — afirmou a delegada Elizabeth de Paula, titular da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai).
Ataque no RN
Nesta segunda-feira, as polícias de Goiás e do Rio Grande do Norte apreenderam os outros dois envolvidos nos planos para atacar escolas. Um deles mora no município de Campo Redondo, no Rio Grande do Norte, e o outro vive em Itumbiara, em Goiás.
Em uma mensagem de celular divulgada pela Polícia Civil de Goiás, um deles escreve que vai “matar todo mundo”. O mais novo, de 14 anos, mora no interior goiano e estava com viagem programada para encontrar o mais velho, de 15 anos, em Campo Redondo.
De acordo com as investigações, as informações iniciais eram de que pelo menos quatro adolescentes realizavam planejamento para invadir duas escolas. Após a investigação das polícias do RN e de Goiás, os agentes chegaram aos dois jovens detidos. Eles também demonstraram intenção de tirar a própria vida após os atos.
Os adolescentes já haviam escolhido pela internet as roupas que usariam durante o massacre e estavam na fase de planejamento, para testar os equipamentos que usariam nos atos.
Agência americana
A operação foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (CIBERLAB), e contou com a participação da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).
De acordo com o MJSP, o uso de inteligência integrada evitou a realização de dez massacres em escolas brasileiras, em 2021.
Além do Rio Grande do Norte, segundo o MJSP, houve casos de massacres evitados em escolas do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Paraíba. Os planos foram arquitetados por jovens de 14 a 19 anos, no período de maio a agosto de 2021.
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