sexta-feira, 14 de maio de 2021

MAIORIA DO STF VOTA PARA ADIAR REALIZAÇÃO DO CENSO DEMOGRÁFICO SEJA FEITO SÓ EM 2022, PARA SATISFAZER O EGO DO PRESIDENTE.

Felipe Sampaio/STF
Em um vitória da equipe econômica, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que nesta sexta-feira (14) a favor de dar mais tempo para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) adote as medidas necessárias para a realização do Censo. Até agora, foram totalizados seis votos para que o levantamento só seja executado em 2022.

A discussão do tema está ocorrendo no plenário virtual da Corte, uma ferramenta digital que permite a análise de casos sem a necessidade de ministros se reunirem pessoalmente ou pro videoconferência. O julgamento está previsto para ser encerrado às 23h59 desta sexta-feira.
Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Dias Toffoli acompanharam a divergência aberta pelo ministro Gilmar Mendes, no sentido de esticar o prazo para o governo esticar o prazo do Censo ir para a rua. O entendimento da maioria derruba a decisão do relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, que havia determinado no mês passado a realização de todas as medidas voltadas à realização do Censo de 2021.

Em seu voto, Gilmar Mendes apontou que o próprio IBGE, responsável pelo Censo, informou que os atrasos na fase de preparação já não permitem iniciar a coleta de dados nos próximos meses. O ministro também reconheceu as dificuldades em alterar o orçamento aprovado para este ano para incluir os gastos com a pesquisa.

“A concessão de prazo razoável se alinha com a necessidade de preservar o espaço de deliberação próprio das instâncias políticas, assegurando outra oportunidade para que o Poder Executivo, em articulação direta com o Congresso Nacional, assegure créditos orçamentários suficientes para a realização do Censo Demográfico do IBGE”, escreveu Gilmar.

“Cuida-se de solução que, em suma, além de evitar as dificuldades inerentes ao recrutamento de mais de 200 mil agentes censitários e ao treinamento dos supervisores e recenseadores durante um período de agravamento da pandemia causada pelo SarsCoV-2, é capaz de trilhar caminho que preserva as bases da democracia representativa, especialmente a liberdade de atuação das instâncias políticas”, acrescentou o ministro.

O julgamento no plenário virtual gira em torno de uma ação movida pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), uma das principais lideranças de oposição a Bolsonaro no País. Conforme informou o Estadão em janeiro, o governo Bolsonaro já sofreu mais de 33 derrotas no Supremo, a maioria em ações apresentadas por partidos políticos da oposição.

Ao acionar o STF, o governo Flávio Dino alegou que, sem a pesquisa, a série histórica dos indicadores sobre raça, gênero, habitação e concentração de renda será comprometida, o que deve impactar a definição de políticas públicas que usam como base essas estatísticas.

Fonte STF

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