Faleceu na cidade de Imperatriz, estado do Maranhão, dona Iolanda Cortez que foi ex-diretora da E.E. Dr. José Borges de Oliveira.
"Amigas e amigos, neste momento agradecemos a Deus, pelo privilégio de termos nascido e crescido em um lar cuja mãe, luta por nossa felicidade, diuturnamente. Enquanto somos gratos, também pedimos por sua saúde. Que essa mulher nordestina admirável possa vencer mais essa batalha, e que possamos desfrutar de seus conselhos, seus relatos, sua coragem, alegria e fé! É em nome dessa fé que aprendemos a ter, que estamos nos mantendo firmes! E permaneceremos aguardando firmes, enquanto rogamos por sua recuperação..." Por Denise Cortez, filha.
Conforme relatos de sua filha, Denise Cortez, dona Iolanda Cortez lutava para vencer seus problemas de saúde e que iria ser submetida a uma cirurgia, mas infelizmente não resistiu e faleceu na madrugada desta terça-feira, dia 02 de abril, em decorrência de problemas de saúde. Dona era mais uma filha ilustre de Campo Redondo e deixa um vasto legado de luta pela melhoria da educação.
Conforme relatos de sua filha, Denise Cortez, dona Iolanda Cortez lutava para vencer seus problemas de saúde e que iria ser submetida a uma cirurgia, mas infelizmente não resistiu e faleceu na madrugada desta terça-feira, dia 02 de abril, em decorrência de problemas de saúde. Dona era mais uma filha ilustre de Campo Redondo e deixa um vasto legado de luta pela melhoria da educação.
Chegamos aqui em julho do ano de 1975, vendemos alguns bens que tínhamos e compramos terra no Maranhão. Para legalizar a minha ausência, era professora concursada e nomeada, tirei uma licença para tratar de interesses particulares por dois anos. Moramos seis meses em Imperatriz e resolvemos morar na terra em plena mata alta e com estradas vicinais em péssimo estado de conservação. Se tratando de natureza, era tudo muito lindo, uma mata belíssima, uma fauna riquíssima e muita água. Lá, engravidei de Daniela e como já estava completando dois anos, em julho de 1977, voltei para o Rio Grande do Norte, onde a Daniela nasceu, e assumi mais uma vez a direção da escola. A vida profissional continuou com o mesmo entusiasmo que sempre tive com as coisas da educação. Apesar das dificuldades, nós como equipe, estávamos sempre dispostos a enfrentar. Nesse novo período trabalhado, incluímos a função de vice-diretora, que foi ocupado por Maria Odiva Gomes Dantas, muito competente, responsável e comprometida com o seu trabalho, me ajudou bastante, o de supervisora, hoje coordenadora pedagógica, ocupado por Zélia André e a secretaria Dorinha Santana que eu considerava meu braço direito. A mesma desenrolava todas as dificuldades, sempre disposta em busca de uma solução.Contávamos com o quadro de professores conscientes da necessidade de melhorar o nível de escolaridade, avançar e propiciar um trabalho de qualidade. Era uma equipe coesa, comprometida, responsável e acima de tudo, amiga. Nunca encontramos bloqueio para realizarmos qualquer atividade que fosse necessária. Passo a citar os nomes que lembro, caso esqueça alguém, desde já peço desculpa: Odiva Gomes, Zélia André, Dorinha Santana, Rita Dantas (in memoriam), Salete, Terezinha, Nelma, Nitinha, Fátima Pacheco, Aparecida Faustino, Aparecida Monteiro, Iraci, Lourdes (in memoriam), Francisquinha Elói (in memoriam), Angelina (in memoriam), Socorro, Gracinha Dantas, Sueny, Sônia Farias. Além dos vigias José Eloy e Dedé e ainda as zeladoras Maria Soledade (Dada) (in memoriam), Salete, Francisquinha Monteiro acredito que tinha mais, porém, no momento não me lembro. Como me preocupava com a Educação e o futuro de Campo Redondo, falei pessoalmente com o Deputado Marcílio Furtado e o Governador na época Dr. Lavoisier Maia e em seguida, oficializo a solicitação de mais uma escola para o município. Fiquei feliz, uma vez que os mesmos cumpriram com a palavra, que é hoje, a Escola Estadual Maria Arioene de Sousa. Não posso deixar de citar a Banda Marcial organizada e coordenada pelo maestro Dedé, que exercia a função de vigia. Esta banda possuía um ritmo singular e inconfundível que dava vida, entusiasmo e engalanava o espírito cívico e de patriotismo que aflorava em todos nós na Semana da Pátria. Um show de ritmo mantendo uma cadencia perfeita que satisfazia aos mais exigentes ouvidos, encerrava com um belo desfile no dia 7 de setembro. Era uma demonstração de civismo, entusiasmo, compromisso, alegria, unidade, muita fé e amor dentro de um contexto sócio-econômico, político, cultural na luta pela verdadeira independência e consequentemente, melhoria da qualidade de vida e o exercício da cidadania. Consciente que necessitava de mais conhecimentos para atender as necessidades do povo que me procurava para tirar suas dúvidas, me submeti a um vestibular de pedagogia, fui aprovada e passei a frequentar o curso em Currais Novos, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.E para completar as atividades desenvolvidas pela equipe que extrapola os muros da escola, fomos convocados para coordenarmos a festa da Padroeira da Cidade Nossa Senhora de Lourdes. Assim, no ano de 1979, fizemos este trabalho com muita seriedade conseguimos atingir os objetivos esperados. Demonstramos mais uma vez que tínhamos responsabilidade, transparência, justiça e honestidade, pois quando se trata do dinheiro do povo para melhoria do povo, tem que ser tratado com muita seriedade. Posso afirmar que foi uma festa bonita, alegre e tranquila.Assim, passo a encerrar minha carreira profissional no Rio Grande do Norte com a sensação do dever cumprido, sabemos que as palavras voam, mas os exemplos ficam. Sou consciente que o que pude fazer de melhor pela Educação, fiz, se errei em alguma coisa era tentando acertar. Tenho consciência que deixei bons exemplos de valores e princípios, que os carrego até hoje e acredito neles.Como meu esposo José Orestes tinha ficado no Maranhão e os filhos crescendo era necessário estarmos juntos. Em 1980 voltamos para o Maranhão. Desta vez eu trazia uma aprovação no vestibular em Pedagogia e mais uma filha, Daniela. Aqui no Maranhão terminei o curso de Pedagogia comecei a trabalhar em escolas particulares em 1983 e em escola pública no ano de 1986. Fiz concursos no Estado do Maranhão nos anos de 1992, 1994 e 1995 e fui aprovada em todos. O último foi para a Universidade Estadual do Maranhão. . Fui professora do Projeto Crescer; um curso modulado, um material excelente, para formação de professores em nível médio. Foi uma grande experiência, ministrei aulas em municípios dos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. No ano de 2004 assumi as disciplinas de Didática e Política Educacional no curso de Pedagogia da Faculdade Santa Terezinha, e lá estive até o ano de 2012. Hoje me sinto realizada, dificilmente há uma professora do município de Imperatriz que não me conheça e nos municípios vizinhos também, por alguns motivos como a metodologia utilizada, a experiência de vida, a humildade em estar sempre aprendendo com os alunos, como também a sinceridade e a honestidade empregada na formação do conhecimento.Não poderia deixar de citar a participação na Política Partidária pelo PSB – Partido Socialista Brasileiro, filiada há mais de 20 anos. No ano de 2002 fui candidata à vice – governadora. As atividades em Imperatriz são imensas, muitas palestras, congressos, conferências, encontros. Fiz especialização em Metodologia do Ensino Superior e um Mestrado em Ciências da Educação. Hoje estou com 73 anos de idade, mas amo a Educação de forma tão especial, que mesmo já aposentada estive em 2011, no 2° FORUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO em Florianópolis – SC. Ainda participo de Bancas de Defesa de Monografia, como professora convidada. Como também de Bancas de Avaliação de candidatos a professores da UEMA e UFMA. Frequento uma academia onde faço musculação, faço caminhada há aproximadamente 28 anos, e fiz hidroginástica por 15 anos, sem faltar nem em dias de chuva. Sempre vou às serestas para dançar, frequentamos as praias do rio Tocantins, as Cachoeiras do Sul do Maranhão e assim, vou curtindo a vida. Tenho seis netos sendo três homens e três mulheres e um bisneto. Para finalizar, tenho muitas saudades do Rio Grande do Norte. Estamos distantes, mas não há um único dia que não tenha lembrado dos parentes, dos amigos, das origens, dos costumes e do trabalho desempenhado para a melhoria da Educação do povo da minha terra. Por Iolanda Eulina de Souza Cortez Imperatriz-MA., 05 de setembro de 2013
Biografia de Iolanda Eulina de Souza Cortez Nasci na Fazenda Maravilha, situada no então povoado de Campo Redondo, pertencente à cidade de Santa Cruz-RN, no dia 10 de julho de 1940. Filha de José Ivo de Sousa (in memoriam) e Maria Stela Pacheco de Sousa (in memoriam) a terceira de um número de seis filhos; Nobaldo, Alba, Zélia, Maria Fracinete e Antonio Alberto. A Fazenda Maravilha marcou a história de vida da minha família. A mesma pertencia a uma firma algodoeira que trabalhava com o beneficiamento de algodão, anos mais tarde, foi vendida ao meu pai, até então, gerente da mesma. Recordo-me bastante da festa que foi oferecida aos familiares, amigos e moradores da propriedade. Esta produzia algodão mocó fibra longa, considerado a maior produção da Fazenda, além do algodão verdão, milho, feijão, fava, melancia, gerimum, batata doce e outros. Dispunha de um açude que fazia a alegria de crianças, jovens, adultos e idosos. Todo mundo aprendia a nadar e se deliciava com um banho maravilhoso. A várzea que ficava atrás do açude era cheia de cana de açúcar, coqueiro, goiabeira, mangueira, mamoeiro, cajueiro, pinheira além dos famosos umbuzeiros. Chegou a ser aproximadamente 1.200 hectares de terra que agregava mais de setenta famílias que tinham a liberdade de plantar tudo que quisessem, trabalhando como meeiros na produção de algodão. Como nem só de trabalho e pão vive o homem, tornava-se necessário também a alegria, comemorações e festejos. Assim, todo mês de junho comemorávamos os santos juninos, Santo Antonio, o São João e o São Pedro. No São João era organizada uma grande festa. Fogueira, fogos, comidas típicas tais como: pamonha, canjica, milho assado e cozido, bolo, pé de moleque e muitas outras iguarias que garantia a nutrição necessária para a véspera e dia de São João. Recordo-me com alegria a competência do sanfoneiro José de Benedito. Que garantia a musicalidade durante os dois dias de festa. Era realmente uma maravilha a Maravilha, onde se cultivava valores tais como a liberdade, o bom relacionamento, respeito. Tudo dava certo, ninguém ousava ultrapassar os limites. Nesse emaranhado de tantas atividades e vivências, os filhos crescendo, surgia a necessidade de escola, de aprendizagem, de conhecimento. Mas também detecta-se o pior, não haviam escolas. Quem vai ensinar? Coube a minha mãe que tinha o curso primário a tarefa de nos alfabetizar. Em seguida, tivemos professores como professor Inácio e professora Fracinete Borges Santana. Estudávamos com os filhos dos moradores. Estudávamos e brincávamos juntos. Não lembro de brigas, desavenças, apelidos que ofendessem ao outro e discriminação.
De uma coisa eu lembro-me, na época tinha como penalidade a palmatória, não aceitava apanhar, sempre gostei de saber e de estudar. O tempo estava passando, não havia escola pública, nem privada que pudéssemos dar continuidade aos nossos estudos. O que fazer? No ano de 1953 fomos estudar no internato Jesus Menino em Currais-Novos. Lá cursei o 4º ano primário. Mas uma grande seca atrapalhou nossos estudos. Surgiu uma oportunidade para dar continuidade, em Santa Cruz na casa de meus padrinhos Estelita, irmã de minha mãe e Cícero Pinto. Cursei a admissão ao Ginásio no Grupo Escolar Quintino Bocaiúva. Mas os padrinhos que me acolheram tão bem, foram morar em Campestre. Para dar continuidade aos meus estudos permaneci em Santa Cruz, desta vez, na casa de uma família maravilhosa, amigos dos meus pais Miguel Farias, Tequinha e filhos: Miguel Filho, Tereza Cristina e Luis Antonio. Aí então, cursei o Ginásio Normal Regional, a primeira qualificação para ser professora. Na época morava também com eles Maria do Carmo, irmã de Miguel Farias, pessoa maravilhosa e que muito me ajudou, pois nessa época eu só tinha 15 anos. Após alguns anos, pensei em construir uma família, ter um companheiro, ser esposa e mãe, uma excelente dona de casa e uma boa anfitriã. Já havia aprendido com minha mãe a costurar, bordar, cozinhar, lavar, passar, arrumar a casa e muitas outras tarefas indispensáveis a uma boa gestora do lar. Assim sendo, fui para Natal estudar na Escola Doméstica. Nesta escola aperfeiçoei o que já sabia. Tive oportunidade de acesso aos mais belos e valiosos ensinamentos, exemplos, orientações para a vida. Dirigida pela professora Noilde Ramalho, juntamente com uma equipe de pessoas maravilhosas e comprometidas que contribuíram e muito para a minha formação pessoal. Todo momento agradeço a Deus pelos pais que tive, pelos irmãos e irmãs que tenho, mas a Escola Doméstica de Natal fez a diferença em minha vida. Assim sendo, preparada para ser esposa e mãe e com o início de uma formação profissional, perco meu pai, muito jovem com apenas 45 anos de idade, em um acidente de carro no dia 1º de outubro de 1960. Conclui os estudos na Escola Doméstica em 1962 e assim no dia 28 de dezembro de 1963 casei com José Orestes Cortez, filho de Orestes Dantas Cortez(in memoriam) e Maria das Dores Cortez (in memoriam). Tivemos quatro filhos maravilhosos: Deise, Denise, Denilson e Daniela. Somos felizes pelas coisas boas que temos, graças a Deus e com os nossos esforços todos são graduados. A partir desse momento, passo a relatar a minha jornada de trabalho desenvolvida na educação em Campo Redondo, meu querido torrão natal, quando nasci era um povoado do município de Santa Cruz e hoje cidade emancipada desde 1963. Na época, Campo Redondo contava com duas escolas estaduais, uma na zona rural na Serra do Doutor, administrada por D.Dulce, professora exemplar, de muita competência, responsabilidade e compromisso. A outra na zona urbana Dr. José Borges de Oliveira. Após uma campanha política no ano de 1968, foi escolhido pela maioria dos habitantes Luis Wilson de Sousa, para prefeito. Este juntamente com o Deputado Marcílio Furtado que apoiou sua candidatura fez-me um convite para ocupar a direção da Escola Estadual Dr.José Borges de Oliveira, cujo convite foi aceito por mim com uma condição: que todos os recursos humanos necessários para a escola, a escolha seria de nossa competência; diretora e professores da mesma. Já me preocupava na época com a interferência político-partidária na educação, muitas vezes prejudicando a verdadeira função da escola que é político-pedagógica e social. Assim, assumi no ano de 1969 com todos os professores e funcionários a direção da Escola Estadual Dr.José Borges de Oliveira. Juntos, formamos uma boa equipe e procuramos desenvolver as mais audaciosas tomadas de decisões e atividades, tanto na área administrativa como na área pedagógica e social que contribuíssem para melhorar a qualidade da Educação em Campo Redondo como implementação do planejamento semanal como ferramenta essencial para execução de um bom trabalho, a prática de reuniões bimestrais de pais e mestres, a cultura da participação de todos os componentes da escola, tanto externa como interna, avisos, orientações e aconselhamento diário aos alunos no pátio antes de entrarem para as salas, hasteamento da bandeira e canto do hino nacional, o aprimoramento e maiores exigências sobre o processo de alfabetização entre outras medidas que foram tomadas visando o desenvolvimento da comunidade e o nível de aprendizagem de todos os alunos em especial. Mas o nosso trabalho não se limitava aos muros da escola. Tornava-se real a cada dia a necessidade de extrapolarmos os mesmos, para que assim, pudéssemos conquistar o apoio da sociedade e especificamente dos pais dos alunos. Na época, administrávamos sem orçamento. Para amenizar este aspecto econômico, organizamos a Festa Junina na escola para arrecadarmos fundos para cobrir algumas despesas do dia a dia. Para concretizar as atividades além dos muros, a direção representando o setor da educação do município participava de uma Comissão Interinstitucional criada pelo Programa CRUTAC da Universidade Federal de Rio Grande do Norte, sob a orientação de Iraneide, assistente social com representante dos setores da educação, saúde, prefeitura, cartório, clube de mães, clube de jovens que funcionou muito bem com projetos como: construção de fossas sépticas, distribuição de filtros, orientações diretas as associações e de acordo com a necessidade. Participávamos de uma reunião mensal para avaliação das tarefas executadas e através do trabalho dos acadêmicos nas diversas áreas de suas competências. Foi um trabalho abençoado por Deus, sentíamos que tinha a proteção divina, pois tudo dava certo e se desenvolvia rapidamente e com bons resultados. Deixamos aqui a escola funcionando bem e vamos relatar alguns momentos de nossa vinda para o Estado do Maranhão na cidade de Imperatriz.
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