A gestão integrada de resíduos sólidos, com destinação adequada de lixo, transporte e tratamento em condições adequadas, pautou a 15ª edição do Seminário Nacional de Resíduos Sólidos, que neste ano acontece em Natal até sexta-feira (18), no Museu de Minérios do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Segundo os organizadores, a ideia é focar nos aspectos sociais, sanitários e de sustentabilidade. No Estado, apenas 12% dos municípios fazem a destinação adequada dos resíduos sólidos, segundo projeções da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
Evento começou ontem e vai até amanha. Tema dos debates é a chegada do Marco Legal
O evento, que começou na quarta-feira (16), é promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). O tema desta edição é “Gestão de resíduos sólidos no Brasil: Desafios e oportunidades frente ao novo Marco Legal”. O seminário reúne profissionais e especialistas de todo o Brasil, que buscam a integração de conhecimentos e intercâmbio de experiências sobre os temas. Além de palestras e painéis, evento conta com apresentação de cases de sucesso, espaço para divulgação comercial e visitas técnicas, sempre utilizando tecnologias virtuais de interação e participação.
O especialista em educação ambiental e mestre em engenharia sanitária, Sérgio Pinheiro, diz que o evento também proporciona a oportunidade de discutir os problemas e desafios na área para o Rio Grande do Norte. “A realidade do nosso estado de resíduos sólidos é muito ruim. Por exemplo, Natal ainda tem sérios problemas. Há uma possibilidade muito grande de melhorar a limpeza pública e a inserção social de pessoas através da coleta seletiva, onde Natal tem regredido. Os números do RN também regridem. Existe uma legislação que possibilita um avanço nisso no Brasil e é importante trazer gestores municipais para ter conhecimento dessas informações”, destaca.
Pinheiro, que participou dos projetos de remediação da área de destinação final de resíduos sólidos urbanos de Cidade Nova e implementação dos aterros sanitários de Natal e Upanema, afirma que um dos principais desafios para se avançar no tema é fazer com que os gestores municipais tenham iniciativa. No Rio Grande do Norte, apenas a Região Metropolitana de Natal e Mossoró, na região Oeste, possuem aterros sanitários licenciados.
“O Estado tem uma boa regionalização para destinação de resíduos sólidos, mas infelizmente dos 167 municípios, cerca de 20 municípios apenas destinam adequadamente seus resíduos. É necessário que ocorra um esforço para implantação, por exemplo, do aterro sanitário da região do Seridó e do Alto Oeste. Há dez anos a Semarh tem trabalhado nessas tentativas junto aos consórcios, o que foi um grande avanço. O Estado já está todo regionalizado com as estruturas de governança, mas que precisam atuar efetivamente”, completa.
A presidente da seção Rio Grande do Norte da ABES, Wagna Dantas, considera que o futuro é promissor para avançar na implementação de ações efetivas. “É um momento muito importante para estarmos aqui discutindo com profissionais, pesquisadores, para que a gente possa avançar. Desafios a gente tem muito, mas também temos muitas oportunidades. Acredito que o futuro é bem promissor na questão da gestão dos resíduos sólidos”, comenta Dantas.
O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita, também participou do seminário e destacou o impacto negativo da grande quantidade de lixões existentes no País. “Quando nós olhamos comparativamente para os nossos pares na América do Sul nós nos envergonhamos. Avançamos sim alguma coisa, mas é inadmissível a oitava economia do mundo ter quase 50% dos seus 5.568 municípios que destinam os resíduos sólidos urbanos em lixões. É inadmissível. Estamos em 2022 e temos esse grande desafio no nosso País”, disse Mesquita.
O 15º Seminário Nacional de Resíduos Sólidos segue nesta quinta-feira (17) e na sexta-feira (18) com debates sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES); logística reversa; gestão de resíduos com inclusão social e instrumentos de sustentabilidade econômica para o setor; além da administração de minicursos, apresentação de casos de sucesso e visitas técnicas em aterro sanitário e cooperativa de catadores.
Fonte Tribuna do Norte
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